quarta-feira, 18 de maio de 2011

Portugal

Sou filho de Portugal,
Neto dos navegadores que foram à descoberta.
Sem medo partiram, passaram o cabo Bujador
Deixaram para trás a Boa Esperança.
Corajosamente escreveram história!

Sou português,
Mas sinto vergonha.
Povo, outrora morrera gente de nós
Para hoje termos direitos.
Direitos que vejo prescindirem por mera vaidade.

Que povo é este?
Como deixou de ser Portugal
E passou a ser eu por mim e tu por ti?

Aos que partiram para ter uma vida melhor,
Os que não foram capazes de abandonar
O país que os viu nascer,
Nunca esqueceis que sois filhos d' Camões,
Sois primos dos descobrimentos,
Do tratado de Tordesilhas, das caravelas.

Ó Viriato, D. Afonso Henriques,
Ó Padreia de Aljubarrota,
Digai-me vós, onde ficou
A união que unia este país?

Peço

Deus, nosso pai,
Ou lá quem Sejas.
Pergunto-me a mim o que de nós desejas.

Procuro respostas,
Pois tenho algo a pedir
E gostava de saber se tenho que retribuir.

Ofereço-Te tudo, pouco me importa
Seja surdo ou mudo,
Deixai-me só a poesia
Sem ela a minha alma é vazia.

Não suplico por abundância,
Quero só de volta parte da minha infância.
A inocência, a alegria, a pureza
Haverá outra definição de beleza?

Eu sei que pouco tenho,
A minha alma é o meu único valor.
Levai-me até os meus fieis,
É Teu tudo o que preciseis.
Imploro apenas que me deixeis
Viver, com o meu amor.

Chuva

Caí, gota a gota,
O choro de Deus.
Caí, pedaço a pedaço,
Sinal de que guarda os meus.

Toque suave em minha pele
Doce e afável aroma que emanas
Enquanto corres por aí abaixo
Desejava ver-te durante semanas.

Se há quem te confunda com tristeza
És mais belo fenómeno natural
Cada ocorrência mostra tua beleza
De seres um bem tão essencial.

Haja quem não saiba dar valor
A tua importância em todos ecossistemas,
Vejo no brilho de cada flor
Que lavas a ferida de tantos problemas.

Sem Fim

Sem fim,
Um início que sem começo
Fosse antes assim.

Milhões de corações destroçados
Em detrimento de meia dúzia de bolsos.
Enquanto uns morrem, esmorecem,
Outros nascem, enriquecem.

Com culpado evidente,
Só vê a verdade quem a sente.
Julgam não existir, os falsos,
Portugal Hipocrisia, sem espantos.

Todos frutos da mesma semente,
Uns com excessos, outros carentes.
Vejo jogar Abril, outra vez,
Revolta, mais uma, do povo português.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A vida vai-nos moldando

Muitas vezes as pessoas mais próximas são as que mais distantes estão, quem julgamos conhecer é quem mais desconhecemos, e mesmo as pessoas que mais amamos são as que mais nos magoam. E eu pergunto: será que isto faz algum sentido? Como em tudo na vida, e na vida em si, nós aprendemos todos os dias coisas novas, coisas essas que nos devem de enriquecer e tornar-nos melhores pessoas. Mas, por outro lado, estas experiências não valem de nada se não estivermos dispostos a aprender, ou seja, parar é morrer, e quem pensa que já sabe tudo, viverá num estado de apatia.
Contudo escrevo este texto para os que não compreendem a necessidade de mudança, porque é que sem causa aparente as pessoas sentem a necessidade de se distanciar ou vice-versa. Nós nascemos, e somos educados consuante certos valores, e o que realmente nos torna humanos é o facto de possuirmos sentimentos, generalizando, demonstrarmos afecto. Quero eu dizer com isto que, à medida que vamos crescendo vamos moldando a nossa personalidade e a nossa forma de pensar. E não há ninguém que fuja à regra, pois todos nós somos alvos da evolução.
Concluindo, temos de viver a vida ao máximo, pois amanhã a nossa vida pode ter mudado por completo, e se isso acontecer há que procurar os porquês sem aceitar como resposta um talvez. Todos temos problemas e todos erramos, há que saber enfrentar os nossos problemas e erros e crescrer com eles pois eles tornaram-nos mais fortes. E se hoje não sou o que outrora fui é porque aprendi que nesta vida não podemos confiar em quase ninguém, estamos por nossa conta. Verdadeiras amizades são raras, cabe a cada um preservar as coisas boas que a vida nos dá.

FIM